terça-feira, 28 de abril de 2009

As 10 frases que tiram um vegetariano do sério

ESCRITO POR LUIZ CESAR PIMENTEL

Vale uma explicação: sou vegetariano pelo motivo mais simples possível – gosto de maneira imensurável de animais. Todos. Gosto de seres vivos. Todos. De minhocas e formigas a baleias, passando pelos pouco populares ratos e pombas.

Gosto tanto que decidi, há uns 15 anos, não comê-los. Simples. Minha dieta, porém, não é vegan – continuo comendo ovos (mas não os ovos caipira, pois esses são fecundados e pintinhos sairiam deles. Esses ovos de mercado são induzidos e, por nojento que seja, é basicamente a menstruação da galinha) e leite e derivados como queijo.

Dito isso, muita gente ainda acha que vegetarianismo é algo...estranho...penoso...limitador...sei lá. Vou decepcioná-los: não, não é. É fácil como qualquer hábito saudável que você se disponha a ter. E, apesar de eu ter decidido não pela minha saúde, mas pela dos bichos, graças a Deus é saudável.

O único senão do hábito é agüentar no dia-a-dia repetidas vezes as frases abaixo:

1. “Como você repõe a proteína?”
Eu não reponho proteína. Motivo simples: sou um ser humano vegetariano, e não um filhote de guepardo que não come carne. Tenho, como tal, mandíbulas e sistema digestivo de ser humano. Um mínimo (mas mínimo mesmo) de consciência alimentar garante tudo o que você precisa.

2. “Tem uma proteína fundamental ao corpo humano que só a carne fornece.”
Primeiro: abomino, odeio com muita força, quem troca alimentos por elementos – aquele povo “academia”, que come “uma proteína após e um carboidrato antes do treino”.

Essa é a desculpa campeã para manter o habito carnívoro. E a mais imbecil. Se alguém me provar que existe qualquer nutriente que não se consiga em uma alimentação ovo-lacto-vegetariana como um quilo de tijolo ou de picanha no alho. À escolha.

3. “Você não sente falta (de carne)?”
Sinto. Mas é que além de vegetariano eu sou masoquista também. Gosto de animais, mas gosto ainda mais é de sofrer.

Na verdade tudo é questão de postura, de decisão. A minha é simples: não como carne. Ponto. Logo, não sinto vontade de comer carne. Assim como não sinto vontade de parar para um lanchinho quando vejo um animal morto na estrada não sinto desejo quando vejo um animal morto em cima da mesa. Meu código moral estabelece que é a mesma coisa comer carne de vaca, de porco, de cachorro, de colibri ou de gato.

4. “Ah, eu não consigo viver sem carne.”
Então tá então. Faça o que quiser. Eu não quero nem pretendo doutrinar ninguém, encher o saco falando dos malefícios, do quão cruel é a origem blablablá.

5. “Mas os vegetais também tem vida.”
Sim, claro. Só que eles não a perdem gritando (porcos), com tiro de pressão ou marretada na cabeça (bois), degolados (frangos), tendo a pele arrancada vivos (porcos, pois muitos não morrem de cara e são jogados na fervura para que a pele descole), por asfixia (peixes).

E vegetais não sofrem. De novo: NÃO SOFREM! Eles NÃO TÊM sistema nervoso central, ponto de origem da dor.

6. “Tem algo sem carne?”, para o garçom, atendente...
“Tem frango.”
“Você não entendeu: eu não como carne nenhuma.”
“Nem peixe?”
Esse é auto-explicativo.

7. “Ah, tudo bem, lá tem salada.”
Muito obrigado por pensar em mim, já que sou, alem de vegetariano um indivíduo sem paladar e como qualquer coisa. É só me dar um prato e me apontar o caminho do jardim que me sirvo.

8. “Como muito pouca (carne).”
De uma vez por todas: NÃO existe QUASE vegetariano. Não importa se você come muita ou pouca carne. Você é vegetariano por opção. Se falar que consome pouca carne minimiza culpa ou qualquer sentimento ruim que tenha em relação ao assunto, ok. Apenas não precisa compartilhar isso com um vegetariano. Ele NÃO vai te olhar com admiração pelo fato de você consumir pouca carne. E, mais a mais, o que é pouca carne? Sob o parâmetro de um hinduísta ou de um puma?

9. “Não como carne vermelha há anos.”
E a pessoa fica esperando algo como um olhar e uma saudação da entidade secreta vegetariana para este vegetariano que abre exceções para peitos de aves e peixes.

10. “Não posso ver o bicho inteiro na mesa
Bom mesmo é quando o alimento vem na íntegra das plantações de picanha, acém, maminha, bacon...

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HAHAHAHA
demais esse texto.
Valeu pela dica, Fabio sem acento.

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